quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

GOVERNO NÃO TEM MANDATO PARA FAZER OS CORTES PROPOSTOS PELO FMI

O PS considera que as sugestões do FMI para a redução de quatro mil milhões de euros na despesa do Estado é um “assunto demasiado sério” e que o facto de terem sido reveladas pela comunicação social é um novo “golpe do Governo”. 

“Isto é uma coisa completamente incompreensível. Acabámos de sair da aprovação de um Orçamento do Estado cheio de dúvidas constitucionais, que lança o país num ano de dúvidas, receios e insegurança, e agora sabe-se pelos jornais de um estudo que lança ainda mais incerteza e insegurança para centenas de milhares de portugueses”, acusa o secretário nacional do PS João Ribeiro. 

Segundo o dirigente socialista, os portugueses estão a ser “confrontados com um estudo que lhes diz que não sabem se durante este ano vão perder o seu posto de trabalho. Isto é um assunto demasiado sério para ser tratado assim e é mais um golpe do Governo no consenso social e político que é essencial em Portugal para sair da crise”.

João Ribeiro sublinhou que o PS não aceita “partir para uma discussão de uma reforma a dizer que temos que cortar quatro mil milhões sem saber porque é que são quatro mil milhões e porque é que temos que cortar”.

Por seu lado, António José Seguro reiterou que não está disponível para viabilizar os cortes orçamentais de quatro mil milhões de euros propostos para Portugal pelo FMI nas áreas da saúde e da proteção social. “O Partido Socialista não está disponível e quero deixar um aviso ao primeiro-ministro: ele não tem mandato para fazer um corte desta natureza”, alertou.

“Isto não está no memorando. Foi lá colocado pelo Governo para tapar os erros da sua execução orçamental. A politica de austeridade do custe o que custar deste Governo tem este resultado”, acusou.

O secretário-geral socialista, lamentou que o PS e os portugueses tivessem tido conhecimento destas propostas através do FMI, lembrando que o PS já solicitou, através de um requerimento na Assembleia da Republica, que o Governo disponibilize o estudo que está na génese destas propostas. 

“É que o Governo tem estado a vender os anéis e agora quer vender os dedos dos portugueses. Estamos a falar de um corte em áreas fundamentais para a vida dos portugueses, na saúde, na educação, na proteção social, para tapar, volto a dizer, os erros do Governo”, sublinhou.

“Nós não podemos confundir cortes com a reforma do Estado. Cortes é a política do Governo, reforma do Estado é a nossa política”, acrescentou.

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