segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SUBSERVIÊNCIA DO PRIMEIRO MINISTRO TRANSFORMOU VISITA DE MERKEL NUMA OPORTUNIDADE PERDIDA

O PS acusou hoje o primeiro-ministro de “submissão e subserviência” à chanceler alemã, de culpar os portugueses pela crise e de não ter “representado” o “consenso” que há em Portugal em relação à necessidade de renegociar com a ‘troika’. O Governo mostrou submissão e subserviência. Portugal não precisa de ajuda, precisa de solidariedade. A relação entre estados da União Europeia é uma relação entre iguais. O PS considerou ainda “inaceitáveis” as declarações de Pedro Passos Coelho sobre Portugal, durante a conferência de imprensa conjunta com Merkel. Disse o primeiro-ministro que não podemos culpar o remédio pelo estado do doente, disse que o doente são os portugueses. Está o primeiro-ministro a culpar os portugueses? O primeiro-ministro pede os sacrifícios, falha a receita, tira-lhes o dinheiro e a culpa é dos portugueses? Passos Coelho não está consciente dos problemas do país que governa.

Mas para o PS, a visita de Merkel foi também uma oportunidade perdida, porque o primeiro-ministro não representou o consenso político e social que existe neste momento em Portugal, que atravessa todos os setores da sociedade portuguesa, da esquerda à direita, em relação às “condições essenciais para sair da crise” e que passam por ter mais tempo para controlar as contas e pagar a dívida, por conseguir juros mais baixos e por adotar políticas de crescimento económico e de criação de emprego. Representou apenas a sua obsessão pela austeridade custe o custar, quando a renegociação das condições da dívida é o consenso mais alargado que a sociedade conhece hoje, que mais mobiliza os portugueses para sair da crise e que assegura uma verdadeira concertação social.

O primeiro-ministro escolheu reunir consenso com a senhora Merkel, mas era fundamental que começasse a reunir consenso com o país. O PS e o secretário-geral do partido, António José Seguro, não foram contactados “de nenhuma forma” para uma reunião com Merkel e lembrou que apesar de ser a chanceler a decidir com quem se encontra, o Governo pode sugerir contactos durante a vista oficial. O PS não recebeu nenhum convite e regista. Regista sobretudo como isso se confronta com os apelos ao consenso social e político que são feitos em Portugal e fora de Portugal.

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