segunda-feira, 19 de novembro de 2012

AS PEDRAS DA CALÇADA

Assistimos, há dias, a uma delapidação do nosso património: a tradicional calçada portuguesa foi arrancada e arremessada de forma devastadora, supostamente em defesa de direitos e deveres. Parece-me, como o povo afirma, que tal manifestação de violência não é reveladora de inteligência. Concordo que a situação em que o país se encontra manifeste, em muitos, ideais exacerbados de revolta perante aquilo que poucos conseguiram destruir... Mas, atendendo a que o motivo de manifestação era uma greve geral, o sangue que foi derramado, em resposta ao apedrejamento, só serviu para manchar a imagem do nosso país. Possivelmente, até os polícias que foram alvo de tal ato bárbaro estavam solidários com a causa e apenas a fazer o seu trabalho… Foi lamentável… Basta pensarmos o que faríamos (e como o faríamos) se nos apedrejassem durante uma hora no nosso local de trabalho.

Enganem-se os radicais que pensam que ganharam esta luta. Qualquer semelhança com a espontaneidade e superioridade verificadas no dia 15 de Setembro é pura ficção. O País perdeu e ficou mais pobre… e claro, ficámos todos mais pobres… Mais pobres porque manchámos a nossa imagem; porque a mobilização digna, responsável, ordeira e consciente foi deturpada; mais pobres porque o país acumulou mais dívida; e até mais pobres porque teremos todos que pagar os estragos causados!

Ora, como alguém dizia “ai aguentam, aguentam!” porque a nossa realidade é termos dívida, a dívida vai ter de ser paga e a austeridade, mantendo este caminho do governo, vai continuar. Talvez seja então a hora de aplicar a máxima proferida pelo primeiro-ministro e promover “uma refundação”… mas do governo! E aí, não querendo mais do mesmo ou políticas dos radicais, penso só poder existir a nossa alternativa…

Paulo Caseiro

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