domingo, 26 de maio de 2013

RENEGOCIAR DÉFICE DE 4 PARA 4,5% PODE NÃO SER SUFICIENTE

António José Seguro considerou que renegociar o défice orçamental previsto para 2014 em meio ponto percentual, de 4 para 4,5%, como pretende o Governo, “pode não ser suficiente”. “Há tanto tempo que eu tenho vindo a defender que é preciso renegociar e que é preciso mais tempo para nós cumprirmos com as nossas obrigações”, lembrou. “Na altura, o que é que o primeiro-ministro me respondia sempre? Isso era impossível. Pois bem, aqui está a prova de que isso é possível”, observou.
O líder do PS espera que “possa haver uma boa negociação” desse objetivo, porque “não pode haver renegociação para manter a mesma austeridade”. “Tem de haver uma renegociação para aliviar os sacrifícios dos portugueses e não para tapar os erros do Governo”, afirmou.
António José Seguro insistiu que “se é exclusivamente para resolver um problema do Governo, então isso é pouco”, uma vez que a renegociação deve ser para “cuidar melhor” da economia portuguesa e para “dar prioridade ao emprego, apoiando as pequenas e médias empresas”. O secretário-geral do PS defendeu, também, “uma relação direta entre a redução do défice e a evolução da economia”.
“Se a economia estiver a cair nós teremos muito mais dificuldades em reduzir o défice. Se a economia estiver a crescer temos muito mais possibilidades de reduzir o défice, até de uma forma estrutural”, sustentou. 
António José Seguro frisou que a maior prioridade do país é a economia e o emprego. “Só conseguimos sair deste crise crescendo e criando riqueza”, reforçou, referindo que desse modo “o défice diminui por via do aumento da receita e não o contrário”.

Segundo o líder socialista, renegociar o défice de 2014 de 4 para 4,5% “pode não ser suficiente”. “O número é uma consequência daquilo que é a prioridade. O que temos de fazer é ligar o nosso programa de ajustamento à prioridade do emprego, porque só podemos diminuir o défice se a nossa economia evoluir positivamente”, reafirmou.
António José Seguro recordou que “já este ano” propôs à troika um défice de 6%, e não de 5,5% como está contratado, “porque as medidas que o Governo tem de aplicar são de mais austeridade, o que significa menos economia e mais desemprego”.

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