quarta-feira, 20 de março de 2013

A FALÁCIA DE BELMIRO

António Pedro Devesa
Quem dirige uma empresa sabe (embora não lhe interesse que se saiba) que apenas emprega pessoal se tiver perspetivas de vendas, isto é, para satisfazer as necessidades de uma procura, necessita da força de trabalho para que o produto e o valor seja gerado e sejam satisfeitas as necessidades dessa mesma procura. Também a criação de novas necessidades é conseguida através da criatividade realizada por pessoas (inovação).

Baixar ou manter os salários não aumenta a perspetiva de vendas! Antes pelo contrário! Faz diminuir o consumo interno, e tendo como consequência, uma baixa nas vendas, sendo desse modo necessário menos pessoal e aumentando o desemprego.

Se não vou vender mais, para que é que eu vou contratar mais pessoal? Só contrato se se perspetivar um aumento do volume de negócios. 

Baixar salários apenas faz baixar a despesa com pessoal das empresas e aumentar os lucros dos seus acionistas. É por isso que Belmiro não quer aumentar o salário mínimo! Quer mais lucros para os acionistas.

Aumentar o salário mínimo não fará aumentar o desemprego! Porquê? Porque a mão-de-obra existente nas empresas é aquela que elas necessitam para produzir valor. Aquele valor que resulta de (ou proporciona) uma procura. Se a empresa despedir, não pode ter tanta oferta, seja na quantidade ou na qualidade, arriscando-se a perder clientes. Ela despede se diminuir a procura.

As empresas precisam de inovação e não de mão-de-obra excessivamente barata!

António Pedro Devesa
Secretário Coordenador da Secção de Condeixa do Partido Socialista

1 comentário:

  1. Caro Pedro,o seu comentário faz lembrar-me a estória daquela cidadezinha onde toda a gente devia dinheiro e ninguém comprava nada estando a economia estagnada. Quando um visitante chegou ao hotel da dita cidade, antes de alugar um quarto quis ir vê-lo, mas deixou 50 euros de depósito na receção. O dono do hotel ao chegar viu o dinheiro na caixa e aproveitou para pagar a dívida ao padeiro. Este, ao ter o dinheiro pagou uma dívida a quem lhe vendia a farinha, este ao homem do talho, e aquele à massagista. A senhora ao receber o dinheiro foi pagar ao hotel a quem devia esse dinheiro.
    O visitante do hotel ao ver o quarto não gostou dele e ao sair recebeu de volta o dinheiro do recepcionista, sem saber que naqueles 10 minutos em que foi ao quarto tinha feito com que todos pagassem as suas dívidas e a confiança regressasse à cidadezinha.
    Será que esta estória tem alguma coisa a ver com a nossa realidade?
    Bem hajam.
    António Santos

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