terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PASSOS COELHO DEVE "PEDIR DESCULPAS" AOS PORTUGUESES

António José Seguro defendeu que o primeiro-ministro deve “pedir desculpas” aos portugueses, já que a sua receita “falhou completamente”. O secretário-geral do PS, mostrou-se convicto de que a troika fará uma avaliação política do memorando, revelando que recebeu ontem uma resposta do FMI à sua carta.

O líder socialista reiterou que a receita que Passos Coelho implementou em Portugal “falhou completamente” e exigiu, em seguida, que o primeiro-ministro desista do corte de quatro mil milhões de euros na despesa e que aposte no crescimento económico e no emprego: “Mais cortes para quê? O que nós precisamos é de crescimento, é de emprego”. “O país não aguenta mais austeridade, é impossível, chegámos ao limite”, alertou, acrescentando que é “inaceitável que estejamos a caminho de um milhão de desempregados”.

Segundo António José Seguro, “não é necessário mais tempo para fazer a mesma política de austeridade”, tendo desafiado Pedro Passos Coelho a “pedir desculpas” aos portugueses pelo seu “falhanço”, já que a “política de austeridade não resolveu nenhum problema”.

Já Carlos Zorrinho sublinhou hoje que o primeiro-ministro "perdeu o sentido da realidade", instando Passos Coelho a assumir que as suas políticas "falharam rotundamente". "O senhor primeiro-ministro perdeu o sentido da realidade. Hoje ao mesmo tempo que o ouvimos dizer que Portugal não precisava de mais tempo, nem de mais dinheiro para cumprir o seu programa de ajustamento, ouvimo-lo também candidamente dizer que vai pedir à ‘troika' mais um ano para consolidar o défice", afirmou o líder parlamentar socialista.

"Afinal o que é quer o primeiro-ministro? Quer fazer de todos nós tolos? Os portugueses têm direito à verdade e à credibilidade e o senhor primeiro-ministro tem que assumir que as suas políticas falharam rotundamente, dizer e desdizer-se sobre a mesma matéria no mesmo momento não é forma de inocular credibilidade e confiança na sociedade portuguesa", declarou. O líder parlamentar do PS argumentou ainda que o Governo apenas quer mais um ano para continuar "a fazer os mesmos erros que fez até aqui".
Pelo contrário, referiu, o PS há mais de um ano que pede mais tempo, mas para "mudar as políticas, mais tempo para aplicar políticas de crescimento. "Não queremos nem mais uma medida de austeridade", assegurou.

Carlos Zorrinho disse também esperar que Pedro Passos Coelho, que desafiou o líder do PS a apresentar alternativas, esteja presente no debate de urgência no Parlamento, altura "em que essa alternativa será globalmente apresentada". 

O líder parlamentar socialista recordou ainda que a questão sobre limitação dos mandatos autárquicos “não é nem nunca foi um problema do PS", considerando que "quem tem um problema jurídico" é que o deve resolver. "A nossa decisão sobre isso foi tomada no plano político e não no plano jurídico", afirmou Carlos Zorrinho.

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