domingo, 16 de dezembro de 2012

PS CONTRA PRIVATIZAÇÃO DA RTP

António José Seguro reafirmou que o PS está contra qualquer privatização da RTP, “seja ela em que sentido for”. O líder socialista defende que a venda, tal como a compra, dos órgãos de comunicação “deve ser livre”, mas, no caso da empresa pública de rádio e televisão, o PS recusa a sua alienação, sem abdicar de “defender a transparência” deste e de outros processos de privatização. “A democracia exige que todos nós saibamos quem detém o poder e quem detém a influência”, afirmou. O Governo “quer fazer uma privatização à pressa da RTP, mas nós estamos contra”, disse, frisando que o PS “defende princípios e defende transparência”.
António José Seguro, que falava no encerramento de um almoço com centenas de militantes e simpatizantes do Partido Socialista, na Praia de Mira, ressalvou que os portugueses “têm o direito de saber quem são os donos verdadeiros de um, dois ou três interessados” na compra da RTP. “Não tenho nenhum problema quanto à nacionalidade dos recursos financeiros que se investem” no país. No entanto, adiantou, não aceita "a falta de transparência ou uma privatização à pressa da RTP”.
O líder do PS salientou que um dos princípios consagrados na Constituição da República “é não permitir a concentração dos meios de comunicação social” em Portugal, para que “um pequeno grupo” não possa vir a controlar um significativo número de órgãos de comunicação. “Se nós não soubermos quais são os interesses que estão por detrás desses grupos, isso quer dizer que o nosso país fica mais vulnerável àquilo que podem ser interesses menos legítimos na vida da democracia”.
À noite, em Montalegre, António José Seguro voltou a pedir a suspensão da privatização da TAP porque há uma "falta de transparência" no processo, sem garantias de que a empresa seja vendida pelo "preço justo". "No dia em que iniciou o processo de privatização da TAP, o Governo decidiu o caderno de encargos e qual era o seu único comprador", afirmou o secretário-geral do PS, acusando o Governo de Pedro Passos Coelho de querer vender a TAP a "preço de saldo".
O líder socialista considerou que "há uma falta de transparência" em todo o processo e, por isso, deve ser suspenso, porque a TAP "não é uma empresa qualquer". "A TAP diz-nos muito, tem a ver com a nossa identidade, é um ativo estratégico na captação de turistas, exportação de serviços e aproximação com portugueses emigrados", frisou. Seguro relembrou as afirmações do primeiro-ministro em julho de 2010, quando era líder da oposição, de que "a política de privatizações seria criminosa, nos próximos anos, se visar apenas vender ativos ao desbarato para arranjar dinheiro".

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