sexta-feira, 23 de maio de 2014

O VOTO NO PS NO PRÓXIMO DOMINGO É UM SINAL DE PROTESTO A ESTE GOVERNO


Liliana Pimentel
No próximo dia 25 de maio, os cidadãos europeus vão escolher mais do que os seus representantes no Parlamento Europeu: desta vez, o seu voto vai decidir quem sucederá a Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia. Existem especialmente cinco razões pelas quais estas eleições são importantes:

1.     Por um lado, o Parlamento da União Europeia tem muito mais poder do que antigamente. Desde 2009, que em parceria com a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu é responsável pelo orçamento da União Europeia.

2.     Por outro lado, estas eleições dizem respeito à eleição de um dos mais poderosos líderes da Europa. Os deputados terão uma palavra a dizer, pela primeira vez, sobre aquele que poderá ser o novo presidente da Comissão Europeia, sendo que os grupos parlamentares da UE concordaram que a escolha de candidato a presidente será retirada do grupo que ganhe a maioria dos assentos no Parlamento.

De facto, o Parlamento Europeu passa a eleger, entre os seus pares, o futuro detentor do cargo. E a escolha deverá recair sobre uma das duas figuras dos partidos dominantes: ou o alemão Martin Schultz, 58 anos, presidente do Parlamento Europeu, social-democrata do Partido Social Democrata na Alemanha (SPD), pertencente ao Partido Socialista Europeu (PSE), grupo de que faz parte o PS, ou o luxemburguês Jean-Claude Juncker, 59 anos, do Partido Social Cristão do Luxemburgo, indicado pelo Partido Popular Europeu (PPE), de que fazem parte PSD e CDS.
Atualmente, o Parlamento Europeu não tem apenas a capacidade de influência limitada do passado. Os seus relatórios e as suas votações em muito contribuem para a definição das políticas europeias, e por consequência, nacionais.
Dos dois principais candidatos à presidência da Comissão, aqui referidos, Martin Scultz, apoiado pelo PS, tem tido um discurso muito diferente do do Governo conservador alemão e propõe "uma política industrial europeia ambiciosa", "o relançamento da economia, através de uma política de reindustrialização inteligente criada com a inclusão de mais investimento nos orçamentos nacionais" e pretende, tal como o PS, "colocar o combate ao desemprego no centro da agenda ".

3.     A terceira razão pela qual o voto no PS é importante nestas eleições europeias deve-se ao facto de que esta é uma oportunidade para dizer não a mais austeridade. Tendo em conta, que esta é a primeira eleição parlamentar desde a crise económica que atingiu a Europa, esta será a oportunidade para os eleitores mostrarem se concordam ou não com a política de austeridade em curso na UE. Depois da “crise económica” fica a “crise social” e esta é a mais difícil de combater e de resolver e só o Partido Socialista, um Partido vocacionado e empenhado nas políticas sociais é que tem a capacidade de ajudar a resolver a actual crise económica e social.

4.     Com este novo modelo de eleições europeias, os eleitores têm uma palavra a dizer sobre a nova liderança da União Europeia, e assim tenta-se combater uma das críticas mais comuns dos cidadãos europeus que está relacionada com o sentimento de "défice democrático". Desta vez, e segundo este novo modelo, os funcionários do Parlamento Europeu são os únicos directamente eleitos pelos cidadãos, de maneira que os eleitores devem ter uma palavra a dizer.

5.     Por fim, a quinta razão, prende-se com o aumento de grupos extremistas por toda a Europa. Estima-se que 15 a 30% dos lugares do parlamento poderão vir a ser ocupados por partidos de extrema-esquerda ou de extrema-direita, alguns dos quais têm a intenção de destruir os pilares fundamentais que estiveram na origem da construção da União Europeia. Votar no PS nestas eleições europeias é uma forma de travar o aumento destes grupos extremistas.
Em suma, o voto no PS nas eleições europeias do próximo domingo, tem como objectivo “travar a austeridade e o empobrecimento, e impedir o novo aumento de impostos que o Governo se prepara para fazer”. O voto no PS no próximo domingo é um sinal de protesto a este governo e às suas políticas, governo este que está muito preocupado com os números e pouco preocupado com as pessoas.

Liliana Pimentel
Secretária Coordenadora da Secção da Anobra do Partido Socialista

Sem comentários:

Enviar um comentário