DIA 25 DE MAIO, VOTAR PARA QUÊ?

Carlos Canais

Para a maior parte dos portugueses as eleições para o Parlamento Europeu não diz nada e não os fará sair de casa para votar. Num contexto de descrédito dos políticos, e em que as pessoas não se identificam com os partidos, muito provavelmente vencerá a abstenção. Depois do governo nos ter adormecido com a “saída limpa” e a “retoma económica”, enquanto na Europa pelas nossas costas negociava com os credores mais impostos e mais cortes nas pensões e nos ordenados, mentindo e não jogando limpo com os portugueses, esta semana fomos confrontados com números preocupantes e negativos para Portugal: afinal a economia no primeiro trimestre do ano caiu 0,7%... afinal a economia não está a crescer! 

E se há tempos o primeiro-ministro anunciava que se estava a “lixar” para as eleições, ultimamente a sua preocupação é enganar os portugueses, seguindo a sua agenda eleitoral, e tentando a todo o custo esconder os cortes que fará depois das eleições. É que afinal a “saída limpa” para além de nos ter sido imposta (ao contrário do que nos disse o governo), não é tão limpa assim, já que a austeridade e a “vigilância” que os credores farão, se manterão por muitos anos. 

Perante isto, dia 25 de maio, votar para quê?

Em primeiro lugar para dizer que estamos fartos deste governo e mais uma vez provar-lhes que a esmagadora maioria dos portugueses não apoia esta coligação PSD/CDS. Porque toleramos uma política de ajustamento, mas não aceitamos uma de empobrecimento. Porque não queremos um país subserviente na Europa contra os interesses dos próprios portugueses. Porque não consentimos que a obsessão pelo controle do défice se sobreponha ao emprego para os nossos jovens que imigram diariamente, ao investimento na nossa economia e ao Estado-Social.

Mas não tenhamos ilusões, muito do que acontece em Portugal decide-se na Europa e, por isso, é preciso Portugal ter em Bruxelas uma voz forte. Só o reforço do PS contribuirá para uma alteração na correlação de forças que actualmente existe no Parlamento Europeu, tornando possível uma mudança nas políticas europeias. Uma mudança no sentido das políticas económicas e principalmente nas sociais, que permitam uma “refundação” do projecto europeu tal como foi desenhado inicialmente: uma Europa de igualdade entre Estados e entre Cidadãos.

Por isto, dia 25 de maio, não vou ficar em casa, e vou votar no Partido Socialista!

Carlos Canais

Presidente da Comissão Política Concelhia de Condeixa do Partido Socialista