Assistimos, há dias, a uma
delapidação do nosso património: a tradicional calçada portuguesa foi arrancada
e arremessada de forma devastadora, supostamente em defesa de direitos e
deveres. Parece-me, como o povo afirma, que tal manifestação de violência não é
reveladora de inteligência. Concordo que a situação em que o país se encontra
manifeste, em muitos, ideais exacerbados de revolta perante aquilo que poucos
conseguiram destruir... Mas, atendendo a que o motivo de manifestação era uma
greve geral, o sangue que foi derramado, em resposta ao apedrejamento, só
serviu para manchar a imagem do nosso país. Possivelmente, até os polícias que
foram alvo de tal ato bárbaro estavam solidários com a causa e apenas a fazer o
seu trabalho… Foi lamentável… Basta pensarmos o que faríamos (e como o
faríamos) se nos apedrejassem durante uma hora no nosso local de trabalho.
Enganem-se os radicais que
pensam que ganharam esta luta. Qualquer semelhança com a espontaneidade e
superioridade verificadas no dia 15 de Setembro é pura ficção. O País perdeu e
ficou mais pobre… e claro, ficámos todos mais pobres… Mais pobres porque
manchámos a nossa imagem; porque a mobilização digna, responsável, ordeira e
consciente foi deturpada; mais pobres porque o país acumulou mais dívida; e até
mais pobres porque teremos todos que pagar os estragos causados!
Ora, como alguém dizia “ai
aguentam, aguentam!” porque a nossa realidade é termos dívida, a dívida vai ter
de ser paga e a austeridade, mantendo este caminho do governo, vai continuar.
Talvez seja então a hora de aplicar a máxima proferida pelo primeiro-ministro e
promover “uma refundação”… mas do governo! E aí, não querendo mais do mesmo ou
políticas dos radicais, penso só poder existir a nossa alternativa…
Paulo Caseiro
Paulo Caseiro
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