sábado, 21 de julho de 2012

DA PARTICIPAÇÃO

Uma vez realizada a tomada de posse da Comissão política do Concelho de Condeixa, será uma boa altura para um pequeno balanço sobre o ato eleitoral. Estas eleições foram, na minha opinião, um teste à vitalidade do partido. Os números falam por si. Não é todos os dias que se vê apenas 13% de abstenção. Significa que o debate interno foi mobilizador e mais importante, permitiu uma clarificação evidente e legitimação democrática da lista vencedora. Fez-se história e estão de parabéns todos os militantes que lutaram pelos seus pontos de vista e que contribuíram, deste modo, para um PS concelhio mais exigente e com olhos no futuro.

Participar é uma forma de garantir a expressão de diferentes interesses ou projetos ou de influenciar o processo da tomada de decisão. As lideranças devem ser cada vez mais partilhadas por um grupo que de alguma forma potencia, com as suas ideias, o ato próprio de liderar. É bem-vinda uma intervenção ativa na tomada de decisões, uma intervenção deliberada e consciente, na planificação, execução e avaliação das atividades desenvolvidas. Sejamos protagonistas da realidade que se for construindo!

O livre arbítrio permite que coexistam diferentes opiniões, e assim, sem medos, existirá uma propensão para a adesão, para a participação, para a responsabilidade e implicação dos participantes. Das reflexões sairão os inerentes diagnósticos e soluções para os problemas. Ao tornar-nos militantes do partido socialista não devemos ver a participação como apenas um direito. Temos de perspetivar a participação como um dever. A participação é importante enquanto valor, não sendo por si só garante de eficiência. No entanto, promove determinadas sinergias que não ocorrem sem ela. O grande desafio será, portanto, procurar um modelo eficiente e mobilizador dos militantes da concelhia. 

O Sociólogo Erhard Friedberg afirmou que a participação não é um fim em si, está pelo contrário, ao serviço de um projeto de mudança … e ao serviço do qual procura assegurar uma mobilização dos atores interessados”. Esta mobilização dos militantes em prol de um projeto comum será numa ótica de responsabilização desses mesmos militantes, assumindo estes, as suas responsabilidades, tenham apoiado ou não a atual liderança. É o que desejo.

António Pedro Devesa 

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