No
próximo dia 25 de maio, os cidadãos europeus vão escolher mais do que os seus
representantes no Parlamento Europeu: desta vez, o seu voto vai decidir quem
sucederá a Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia. Existem
especialmente cinco razões pelas quais estas eleições são importantes:
1.
Por um lado, o Parlamento da União Europeia tem muito mais poder do que antigamente.
Desde 2009, que em parceria com a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu é
responsável pelo orçamento da União Europeia.
2.
Por outro lado, estas eleições dizem
respeito à eleição de um dos mais
poderosos líderes da Europa. Os deputados terão uma palavra a dizer, pela
primeira vez, sobre aquele que poderá ser o novo presidente da Comissão
Europeia, sendo que os grupos parlamentares da UE concordaram que a escolha de
candidato a presidente será retirada do grupo que ganhe a maioria dos assentos
no Parlamento.
De facto, o Parlamento Europeu passa a eleger, entre os seus
pares, o futuro detentor do cargo. E a escolha deverá recair sobre uma das duas
figuras dos partidos dominantes: ou o alemão Martin Schultz, 58 anos, presidente do Parlamento Europeu,
social-democrata do Partido Social Democrata na Alemanha (SPD), pertencente ao
Partido Socialista Europeu (PSE), grupo de que faz parte o PS, ou o
luxemburguês Jean-Claude Juncker, 59
anos, do Partido Social Cristão do Luxemburgo, indicado pelo Partido
Popular Europeu (PPE), de que fazem parte PSD e CDS.
Atualmente,
o Parlamento Europeu não tem apenas a capacidade de influência limitada do
passado. Os seus relatórios e as suas votações em muito contribuem para a
definição das políticas europeias, e por consequência, nacionais.
Dos
dois principais candidatos à presidência da Comissão, aqui referidos, Martin
Scultz, apoiado pelo PS, tem tido um discurso muito diferente do do Governo
conservador alemão e propõe "uma política industrial europeia
ambiciosa", "o relançamento da economia, através de uma política de
reindustrialização inteligente criada com a inclusão de mais investimento nos orçamentos
nacionais" e pretende, tal como o PS, "colocar o combate ao
desemprego no centro da agenda ".
3.
A terceira razão pela qual o voto no PS
é importante nestas eleições europeias deve-se ao facto de que esta é uma
oportunidade para dizer não a mais austeridade.
Tendo em conta, que esta é a primeira eleição parlamentar desde a crise
económica que atingiu a Europa, esta será a oportunidade para os eleitores
mostrarem se concordam ou não com a política de austeridade em curso na UE. Depois
da “crise económica” fica a “crise social” e esta é a mais difícil de combater e
de resolver e só o Partido Socialista, um Partido vocacionado e empenhado nas
políticas sociais é que tem a capacidade de ajudar a resolver a actual crise
económica e social.
4.
Com este novo modelo de eleições
europeias, os eleitores têm uma palavra
a dizer sobre a nova liderança da União Europeia, e assim tenta-se combater
uma das críticas mais comuns dos cidadãos europeus que está relacionada com o
sentimento de "défice democrático". Desta vez, e segundo este novo
modelo, os funcionários do Parlamento Europeu são os únicos directamente
eleitos pelos cidadãos, de maneira que os eleitores devem ter uma palavra a
dizer.
5.
Por fim, a quinta razão, prende-se com
o aumento de grupos extremistas por toda
a Europa. Estima-se que 15 a 30% dos lugares do parlamento poderão vir a
ser ocupados por partidos de extrema-esquerda ou de extrema-direita, alguns dos
quais têm a intenção de destruir os pilares fundamentais que estiveram na
origem da construção da União Europeia. Votar no PS nestas eleições europeias é
uma forma de travar o aumento destes grupos extremistas.
Em suma, o voto no PS nas eleições europeias do
próximo domingo, tem como objectivo “travar a austeridade e o empobrecimento, e
impedir o novo aumento de impostos que o Governo se prepara para fazer”. O voto
no PS no próximo domingo é um sinal de protesto a este governo e às suas
políticas, governo este que está muito preocupado com os números e pouco
preocupado com as pessoas.
Liliana Pimentel
Secretária Coordenadora da Secção da Anobra do Partido Socialista
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