Pedro Coimbra |
Há muito que
defendo, com base em vários estudos concretos e credíveis que foram realizados
nos últimos anos mas nunca verdadeiramente levados a sério de forma a serem
implementados que, contrariando a habitualmente descrição de “país periférico”,
Portugal está no centro geográfico do Mundo e, por conseguinte, pode ser um
centro logístico à escala global aproveitando os recursos de que dispomos.
A fundamental
medida para o efeito é transformar o Porto de Sines, único em Portugal de águas
profundas, no maior porto da Europa. Se o Porto de Sines passar a ser a escolha
dos grandes operadores marítimos mundiais e lá atracarem os maiores navios de
mercadorias que abastecem o espaço europeu, muito outros, de menor porte, farão
a ligação entre Portugal, a Europa e outros Continentes, para além de outras
ligações por ar e terra. As actuais e futuras rotas marítimas - já
identificadas - dos gigantescos cargueiros marítimos que abastecem a economia
planetária favorecem a nossa localização!
Portugal
passaria a ter ligação marítima directa e frequente a todos os continentes o
que permitira atrair investimento estrangeiro directo em indústria produtiva de
bens transaccionáveis e dar condições de excepção às empresas portugueses de
vocação exportadora. Para além de todas as empresas portuguesas que, não sendo
exportadores, veriam o seu mercado interno alargado com o crescimento da
procura.
A economia
portuguesa teria condições para subir na cadeia de valor dos produtos que
produz, reduzindo a excessiva subcontratação de componentes de produtos para
aumentar a produção de produtos finais com mais valor acrescentado. É que as
exportações portuguesas, relativamente ao PIB, representam cerca de metade de
outros países europeus semelhantes ao nosso precisamente porque, genericamente,
a cadeia de valor das nossas exportações é mais baixa.
Naturalmente que
a implementação de uma estratégia desta natureza, exige vontade e determinação
política, pois há obstáculos a ultrapassar e investimentos a fazer. E é preciso
visão estratégica e sentido de Estado, pois trata-se de uma medida que não tem
resultados imediatos mas antes a médio prazo. Mas é daquelas que, em dez anos,
pode inverter o rumo social e económico de um País e traçar uma história
diferente para as gerações vindouras.
Mas atenção,
Portugal tem a concorrência feroz dos portos espanhóis e marroquinos – Tanger,
Algeciras e Corunha. Saibamos nós aproveitar as melhores condições marítimas e
geográficas de Portugal e do Porto de Sines atempadamente!
Pedro Coimbra
Presidente da Federação de Coimbra do Partido Socialista
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